E o que Mecânica Quântica e Livre Arbítrio poderiam ter a ver um com o outro?
Brincando um pouco com o tema, poderíamos dizer que uma “suposta partícula”, em um experimento de Dupla Fenda, se comporta de forma incerta entre “ser partícula” e “ser onda”, ou seja, ainda “pode escolher” para ser qualquer destas coisas… E depois que alguém (“um ser consciente”) toma conhecimento da medição feita sobre “aquilo”, o comportamento é fixado e a opção deixa de existir para aquele evento. Ele se colapsa, materializa ou (como prefiro) é renderizado. É claro que dizer que o ‘livre arbítrio” sobre a dualidade ao nível quântico feita aqui, é uma figura de expressão mas veremos a conexão.
Brincadeiras a parte, a situação não deixa de guardar certa semelhança com as escolhas (livre arbítrio) que temos para fazer, desde as decisões pequenas até as grandes, enquanto elas não são tomadas. As opções ou alternativas permanecem abertas, mas depois da decisão, só uma delas foi efetivamente levada adiante. As demais alternativas permanecerão como potenciais não realizados e a decisão tomada fica “fixada” como parte da história “ocorrida”.
As decisões que tomamos no “mundo real” são, antes de ser executadas, apenas potenciais com probabilidades de ocorrência. Como na MQ, podem ser tratadas estatisticamente. Se observamos bem, vemos que a “realidade” parece ser muito mais estatística do que matematicamente formulada. Pareceria sim, talvez para desgosto do Dr. Einstein, que “Deus” (ou o Sistema Mais Amplo de Consciência – LCS), permite a geração de Tudo O Que É (ou que pode vir a ser, para o que ainda não foi decidido) a partir de distribuições estatísticas de probabilidade.
E o Livre Arbítrio, será que ele realmente existe?
Muitas vezes, parece que as coisas estão bastante pré-determinadas, dando a impressão que vão acontecer, não importa o que façamos. Não fosse assim não passaríamos, por decisão própria, por uma várias situações. Já outras vezes, parece que “sim” temos alguma liberdade para escolher o que queremos. Vamos considerar algumas destas possibilidades.
Na “realidade” que percebemos, parecem existir três tipos de coisas: objetos (coisas inanimadas como pedras), energia (eletricidade, movimento das águas, do ar, da terra, onda de impacto de explosões, etc.) e seres (humanos, animais e o que mais aceite nesta categoria).
Para começar, talvez possamos concordar que os dois primeiros tipos não têm poder para decidir por si, nenhum livre arbítrio próprio. Podemos interagir com os objetos, mas por ações partindo de nossa inciativa ou por consequência de terem sido afetados por alguma energia (e por isso postos em movimento). Isto é evidente, para objetos (primeiro tipo) como pedras por exemplo, ou qualquer outro.
Com a energia (o segundo tipo) podemos interagir direto com ela, ou seus efeitos. Ainda que a mesma não demonstre ter livre arbítrio, parece ter um claro componente aleatório (estatístico) e pode interagir conosco nos afetando bastante. Quando isso ocorre, parece haver algum livre arbítrio a aplicar, mas apenas por nosso lado e como reação. São eventos que podemos chamar de “força maior”, e viramos quase expectadores do seu impacto em nós. Exemplos seriam terremotos, deslizamentos de terra, enchentes, queda de raios, etc. Isto deixaria clara a ação da energia nos impactando diretamente ou através dos objetos que ela move, tudo aparentemente fora de nosso campo decisório.
Por fim temos os seres vivos, mais ou menos conscientes (conforme queira avaliar), com os quais podemos interagir por decisão própria ou iniciativa do outro, além também de componentes aleatórios. No caso da iniciativa ter sido nossa, “talvez” tenhamos usado o livre arbítrio (ou não, como veremos). No caso da iniciativa ter sido do outro, nos resta apenas a livre escolha de como reagiremos ou nos sentiremos a respeito disso (também veremos em mais detalhe).
Por aí já dá para ver, que o “campo” deixado para seu livre arbítrio, vai perdendo algum espaço em relação àquilo em que não podemos ter muita opção.
O que vai sobrando para o livre arbítrio?
Vejo, e talvez você concorde comigo, que ainda parecem existir outros grupos de barreiras ao nosso “suposto” livre arbítrio: 1) O que percebo dentre as opões que podem estar disponíveis; 2) O quanto estou optando mecanicamente, sem qualquer atenção real da minha parte, e; 3) O que meus condicionamentos, crenças culturais e pressão dos pares me força a escolher (talvez até contra vontade).
Ou seja, no primeiro ponto pode estar claro que em função da sua experiência, grau de consciência ou qualidade de ser a que chegou, podem existir opções que você simplesmente “não esteja enxergando” e que pareçam óbvias (em maior ou menor grau) para outra pessoa, olhando “de fora”, com diferente percepção.
No segundo caso, você pode estar tão “embrenhado” nos próprios pensamentos, que está alheio a quase tudo a sua volta, atormentado por problemas reais ou imaginários. Em uma situação típica, vai andando pela rua e de repente chega em casa, sem sequer saber que caminho fez. Isto já te aconteceu? O grau de “distanciamento” da realidade aparente, pode variar bastante, mas deveria ser inegável como possibilidade real. Quem já não passou por isso? Nesta situação, estamos mesmo praticando algum livre arbítrio?
Por fim no terceiro caso, podemos ter ainda os variados graus de influência da família, professores, amigos, agrupamentos variados dos quais participamos (clubes, associações pessoais e profissionais, empresas, partidos, igrejas e por aí afora), que geram raízes tão profundas que sequer percebemos sua influência, na decisão tomada (são apenas uso de ideias alheias que se tornaram crenças sem base, automaticamente praticadas). “Aquela” decisão foi realmente sua, ou no fundo talvez consiga se ver (por exemplo) literalmente repetindo algo que já viu “seu pai” fazendo?
E o ponto de partida (as condições iniciais)?
Outro tema comum quando se fala em livre arbítrio é pensar que podemos tudo! Mas tudo o que? Será que você pode decidir se tornar filho do Bill Gates? Ou quem sabe ir fisicamente até Marte amanhã? Assim, parece que claramente o que podemos decidir é limitado, e as limitações são impostas pela “posição de partida” em que estamos agora. O ponto onde as alternativas de decisões possíveis estão sendo analisadas. Poderíamos chamar isto de “condições iniciais” do ponto da decisão (onde o jogo começa). A análise pode tanto ser para algo que estamos por decidir agora, como podemos estar analisando também as condições iniciais da nossa vida, no “momento e local” onde nascemos. Assim, podemos ter nascido como filhos do Bill Gates, como podemos ter nascido de pais mais humildes, em qualquer lugar no Brasil por exemplo. É claro que para qualquer das duas situações dadas, vamos ter opções e decisões a tomar, mas o espectro de decisões possíveis será muito diferente.
Mas parece que ainda sobra um algum campo de ação, onde as decisões sim “podem ser nossas”. Posso talvez escolher com quem me casar, ou, me casar ou não com alguém que já estou namorando. Posso fazer dois ou três caminhos diferentes (que estejam disponíveis) para ir de um lugar a outro. Posso escolher entre ir de automóvel, ônibus ou avião. Posso dar um conselho a alguém com quem me importo, ajudando a pessoa a analisar as alternativas que tem ou posso me omitir. Mas é preciso estar atento ao momento, presente, consciente, analisar as opções que percebo contra os meus valores, minha bússola e com relação aos impactos que posso prever. Fazer isto conscientemente, inclusive das minhas intenções e não apenas seguir deixando no automático. Ainda que opte por não decidir, foi uma opção.
Posso também sempre e em qualquer caso (daquilo em que tenha tido alternativas ou não), escolher (exercer meu livre arbítrio sobre) como vou me sentir e reagir a respeito do ocorrido. Se vou tornar a minha vida e a das pessoas ao meu redor melhor ou mais miserável, por conta de como decidi reagir àquilo.
E você, o que pensa disto?
As decisões sobre as possibilidades que percebemos como alternativas, são realmente nossas? Quando estamos avaliando a nossas possibilidades e alternativas, parecemos ou não, estar em um campo quântico antes de fazer e observar uma medição das “supostas partículas”? Este tema de decisão, não lembra de alguma forma o Experimento da Dupla Fenda?
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Acredito que criamos o livre arbítrio quando assim desejamos, o colapsamos, mas para isto devemos estar despertos e conscientes.
Olá Lilian, estamos perfeitamente alinhados nisso. Ele existe, mas é preciso estar desperto e atento. Abc, Mario
caro Dr. O livre arbitrio em minhas experiencias pessoais sao como duas bolas de vidro se toca nelas quebrarao e no seu interior nao tem nada somente vento e historias mal contadas por crencas limitantes. ex. eu sou um deus amoroso mas se tu nao me obdecer te mando pro inferno. isso eh livre? hahaha tenho certeza que havera de comcordar comigo. eh so uma casa de abelha africana.
Pois é Allan, crenças são sempre limitantes… venham de que lado venham, inclusive da ciência, que está cheia delas. São muito diferentes de conhecimento adquirido com experiencia direta nos temas, cujas conclusões são verdades para nós e dispensam crenças. Está muito claro que ao longo de milenios se usou crenças e medo para manipular as pessoas. Felizmente hoje podemos ver materiais de diversas fontes, experimentar e decidir por conta. Na teoria do Tom, apresentada para nosso teste e uso, o livre arbitrio é uma realidade obvia, ainda que não seja o que muitos esperam que seja, poder fazer qq coisa… O artigo é apenas para refletirmos a respeito… Grato pelo feedback…. Abc,
O tema é interessante rsrs Até o presente momento eu acredito sim que as decisões sobre as possibilidades que percebemos como alternativas são realmente nossas. Em geral, na PMR sempre que algum evento aleatório (ou assim interpretado pela nossa percepção) ocorre, sempre temos infinitas possibilidades de escolher nossas reações, e estas mesmo quando realizadas de modo “inconsciente” continuam sendo escolhas ( inconscientes) pois a mente consciente não é a única realidade, o subconsciente também o é, porém imperceptível pelos 5 sentidos do avatar . Portanto livre-arbítrio é uma habilidade no campo da “ação-reação” ou até mesmo “não ação”, é através do domínio dele que criamos e moldamos conscientemente a energia que cria nossa realidade.
Grato Juliana.. Seus comentários são muito pertinentes. E sim, mesmo as escolhas sem nossa presença consciente, são de alguma forma escolhas, mas parece que fazendo dessa forma, dificilmente contribuem mais diretamente para nosso aprendizado… Estar presente e atento também garante a percepção de um maior numero de alternativas disponiveis para a escolha… Grato pelo feedback… ABc,
Boa tarde! Após efetuar a leitura, quase deixei de acreditar no livre arbítrio que agora para mim não é tão livre assim.Obrigado.
Boa tarde Rogério. Não é o caso. O artigo não tem a intenção de que você, ou ninguém, creia ou descreia em algo, mas apenas que raciocinemos sobre o tema e troquemos idéia. Entender melhor o processo não prejudica ninguém, e pode ajudar muito. O problema do livre arbitrio é que no geral e vendido como sendo algo que diz que qq um pode qualquer coisa e aí estamos misturando livre arbitrio e liberdade. Temos a possibilidade de escolher, mas temos liberdade num sentido daquilo que está ao nosso alcance, de eleger entre algumas coisas que são as que estão disponíveis para nós… nem tudo está, em dado momento. Não significando que não possa vir a estar e outro ponto futuro… Grato pelo retorno e não desanime… o jovo vale a pena ser jogado… em especial quanto mais conhecemos sobre o funcionamento dele… Fte abc,
Obrigado! Muito esclarecedor.
Obrigado Rogério…
Muito bom seu ponto e análise Welton. Algumas coisas existem ou estão manifestadas e outras são da esfera do ser. Por vezes as palavras e descrições são meio limitantes e claro sujeitas a interpretação. Consciência e livre arbitrio estão juntos e são meio que uma pré condição da nossa existencia aqui atuando no jogo… estaria talvez melhor dito que uma não é sem a outra (em vez de existe).
A medida que evoluimos, ou expandimos nossa consciência, ou melhoramos nossa qualidade de ser, evoluimos espritualmente, ou como queiramos chamar… seguramente estamos mais presentes e mais perceptivos e isto só expande nossos horizontes de opções disponíveis… Por consequência disso, sofremos menos.. que é um ótimo efeito colateral da evolução interior… Fte abc, Mario Jorge
Olá, na minha opinião e dentro do espectro que consigo enxergar e me perceber e perceber o mundo a minha volta, posso com toda certeza afirmar que SIM, não somente existe livre arbítrio, mas como “ele” apenas É. Assim como percebo a consciência-informação, ela não existe, “ela” É, ou seja, é uma condição fundamental para nossa existência e de tudo mais que ao menos eu consigo perceber. Nós que existimos, seres baseados em carbono e em outros varios elementos; já a consciência e o livre arbítrio simplesmente são e não apenas existindo como pensamos, pois não podem ser destruídos ou desfeitos simplesmente porque não percebemos mas podendo sim, ser restringidos devido a “carapaça” chamada ego.
Porque falo isso? Livre arbítrio para mim que desperto um pouco mais a cada dia para mim mesmo é uma programação natural que evolui junto de nós e dos demais seres conscientes, sejam eles como forem, ou nós a nossa maneira. Livre arbítrio é uma função fundamental, para isso posso usar um exemplo simples mas que fez toda diferença:
Em 2015 vi o anuncio de um vídeo na internet chamado “jesus ensinou física quântica”, logo pensei “se eu não sei nem matemática direito como posso entender FÍSICA QUÂNTICA”? O que eu fiz? Bom, parti para outros videos e deixei este, ate que um dia, resolvi clicar e assistir a um vídeo que explica a função de onda e sobre a dupla fenda(ate então desconhecidos por mim totalmente, mas estavam la na minha frente no YOUTUBE). Daquele dia em diante eu fui OBRIGADO, isso mesmo, obrigado a começar a pesquisar e consequentemente mudar minha maneira de me ver no mundo…
Minha antiga crença na incapacidade de entender matemática, no primeiro momento me boicotou mas depois eu tive que ESCOLHER, devido a pressão (curiosidade) interna em assistir aquele outro vídeo e desse dia ate hoje não paro de ler sobre; entender o conceito da MQ é fundamental para novas consciências e mais fundamental ainda é entender o conceito de livre arbítrio para não gerar mais tantos problemas internos.
Para finalizar sugiro o livro: “o universo quântico; tudo que pode acontecer realmente acontece”, muito bom!
Excelente texto Mario, divertido e gera curiosidade ao leitor e isso é fundamental para nós, onde tudo parece que tem que ser tão rápido e mastigado… Abraços!!!
Boa tarde Mário, muito grata pela postagem, e quanto a comentários, aqueles que já foram feitos
foram suficientes para o meu entendimento. Sem dúvida nenhuma que o estar consciente é a luz que ilumina as opções de escolha. Muito grata, Ilídia
Obrigado Ilidia por participar e deixar seu comentário. Abc,