Realidade Virtual, Consciência, Simulação, Perguntas e Repostas

Realidade Virtual, Consciência, Simulação, Perguntas e Repostas

Da entrevista feita pelo Rogério Souza, colhemos as principais perguntas, e não foram poucas, e estamos disponibilizando algumas respostas aqui por escrito, para facilitar no caso do assunto não ter ficado claro ou concluído na sequencia.

Realidade Virtual, Consciência, Simulação, Perguntas e Repostas

Quando foi lançada a obra do Tom? 2002 pelo Livro 1 e levou cerca de 5 anos escrevendo o material.

O Tom quando começou com isto e ainda trabalhava na NASA e em órgãos do governo, tinha noção de onde iria chegar com isto?

Eu creio e entendo que quando o Tom começou a estudar, se aprofundar no tema de consciência e estados alterado de consciência, nos anos 70, trabalhando nisto, junto com o Robert Monroe e montando seu primeiro laboratório, ele não imaginava o quanto iria se aprofundar nisto, por mais seriamente que estivesse envolvido e levando o tema. Houve muito estudo e experimentação para que chegasse nas compreensões e “insights” a que chegou.

O que separaria o Tom Campbell do Nassim Haramein que parece mais conhecido/popular?

Eu conheço pouco sobre o trabalho do Nassin, mas me parece que tanto ele como vários outros que estão propondo visões alternativas para a ciência tradicional, acabam complicados com dois pontos principais: um, não são físicos, ou cientistas em uma forma mais fundamental da palavra; e dois, em geral estão tentando partir suas teorias ou proposições, saindo de dentro da nossa “chamada” realidade, seria um pouco como um “pintinho” tentando explicar toda a realidade conhecida para ele, inclusive de onde ele veio, sem ter saído do ovo. Para dizer o mínimo fica difícil. Em linguagem mais cientifica, o principio, de onde viemos, de uma aparentemente “nada”, fica tudo parecendo místico. O Tom encara isto de frente e propõem uma clara solução, separando a nossa causalidade local da causalidade mais ampla, onde a nossa está embutida. E assim, sai da armadilha. Assim sumarizando, a teoria dele me parece mais bem fundamentada e dá explicação para todas as situações, comuns ou incomuns, do cotidiano, da relatividade ou da mecânica quântica.

A Teoria de Tudo, explica inclusive a Terra Plana?

Bom a BIG TOE é um Modelo Teórico que aparentemente sim explica tudo, nossa realidade, como ela funciona, qual o impacto disto para nós no nível pessoal e muito mais. Por isto chama-se teoria de tudo, e equivale ao Santo Graal da Física, que inclusive Einstein e todos os outros procuravam. Além disto ela tem em sua base, seus pressupostos, a consciência como um dos pressupostos de partida, que leva também a Realidade Virtual, que por sua vez sustenta com facilidade a maioria das explicações do funcionamento dos fenômenos normais e dos curiosos, como o entrelaçamento quântico. Assim, se necessário (comprovado fosse que a terra é plana) facilmente explicaria isto também, pois virtualmente poderia ter qualquer formato, plano, côncavo ou convexo… bastaria estar definido na “programação”, no conjunto de regras do “jogo”.

Eu honestamente não vi todas as entrevistas do Tom e não sei se ele já comentou isto diretamente, mas me parece que as leis da física (parte do conjunto de regras da nossa “realidade”) não parece suportar um funcionamento “plano” e eu não vi ninguém comprovar isto ainda… Impossível, eu não afirmaria, mas não parece ser assim…

Sobre terceiro olho e chacras, o Tom parece dizer que não existem?

Eu não creio que foi exatamente assim que ele colocou. Ele fala tanto dos chacras, como de outros temas correlatos, divulgados por séculos por culturas antigas, descrevendo que são todos modelos, formas de interpretar o que “parece” a realidade, suas interações e resultados. Não diz que não existem. A teoria dele também é um modelo, só que mais técnico, cientificamente descrito, pela própria base de experiência do Tom. Mas ele fala que sim os chacras, são “modelos” de interpretar, manipular e lidar com a aparente “realidade” e que sim funcionam, como também a acupuntura e a medicina chinesa, dando outro exemplo. São metáforas, formas de lidar e interpretar a realidade. Muito uteis para quem os utiliza.

Uma resposta muito interessante que vi do Tom, foi sobre alguém perguntando se algo era REAL ou não? O que é real? E a resposta tinha a ver com: É útil para você?

Pois é, pelo que vemos do trabalho dele e das resposta, isso fica mesmo muito claro. As experiências estão todas ai se passando, para aprendizado nosso com elas. Então seja que tipo de experiência for, seja uma viagem fora do corpo, um filme, um vídeo game, um relacionamento pessoal, o que importa mesmo é o que aprendemos, que decisões tomamos, e com que intenção a tomamos. O que da experiência é útil para você? Isto é o que realmente importa. Quão real realmente foi, talvez jamais possa ser claramente determinado… e realmente importa? O que algo te acrescenta? Como te ajuda e evoluir, melhorar a qualidade do seu ser, ou baixar sua entropia?

Muitos físicos estão hoje apontando como possibilidade, ou aceitando em maior ou menor grau a Hipótese de uma Realidade Virtual, mas de perspectivas diferentes?

Sim, não são apenas o físicos, alguns filósofos (Nick Bostrom) e até alguns milionários estão considerando isto como possibilidade hoje. Primeiro o Tom cita claramente, que na época de Einstein e outros físicos famosos, os conceitos de jogos de computador, simulação e realidade virtual, não eram disponíveis como temos hoje, impossibilitando que pudessem utilizar estes conceitos em seus desenvolvimentos. O que sim vários consideraram foi o envolvimento de alguma forma, da consciência, mas que não sabiam explicar na época. Com o advento dos jogos de computador, consoles, das simulações e do conceito de realidade virtual, a coisa ficou bem mais fácil de assimilar e compreender. Em especial a partir de muitos filmes, em especial O 13º Andar, Matrix, Avatar, Os Substitutos, do “Holodeck” em Jornada nas Estrelas Nova Geração e muitos outros, a coisa se abril de forma impressionante para o público em geral.  Hoje fica relativamente fácil para qualquer um compreender do que se está falando.

Agora voltando ao que estão considerando como possível simulação, na maioria dos casos, estão considerando que sim podemos ser parte de uma simulação, mas que a mesma pela perfeição, teria de ser rodada dentro dos computadores de uma civilização mais avançada, sejamos nós mesmos em um futuro relativo a condição atual da tecnologia, ou a partir de qualquer civilização, inclusive extraterrestres. Outros consideram que seria possível ainda que fossemos prisioneiros da simulação, e estariam até buscando encontrar uma forma de se libertar.

Simulação, ou Realidade Virtual, faz mesmo muito sentido, e tem muito a ver com Maya, a Ilusão dos Indianos e do Budismo, ou até mesmo com os sonhos… Só que a My Big TOE considera como base  uma ampla consciência ou Larger Consciousness System, funcionando em um nível maior de realidade, que precede e gera o nosso. Que no fundo somos consciência (unidades individuadas) participando de um grande simulador voltado para o aprendizado, melhoria da qualidade do ser, evolução, ou redução da entropia. Assim sendo, não somos prisioneiros aqui, somos parte de uma grande sistema que funciona para otimizar as oportunidades de aprendizado, daquilo que é realmente importante. Todos os indivíduos, subconjuntos, ou o todo, segue este mesmo caminho de evolução, aproveitando estas oportunidades geradas neste e em outros ambientes.

Como o Tom aborda esta questão da evolução tecnológica e a possibilidade da inteligência artificial? E sobre a singularidade?

Pelo que vejo dos escritos e algo das entrevistas, a visão do Tom é de que sim, a continuar evoluindo como vão, eventualmente uma IA ou inteligência artificial pode sim se tornar consciente, atenta, perceptiva. Não seria uma questão de desenvolver consciência nas máquinas, seria o caso delas atingirem um ponto onde tenham alguma liberdade de autoprogramação, algum poder de decisão menos engessado. Havendo potencial para decisão, para algum grau de livre arbítrio (que não seja fruto de programação anterior), de escolha, a consciência poderia “despertar” ou passar a “habitar ali”. Sempre muitos cuidados com as palavras, pois elas são imperfeitas e dadas a interpretação individual, e assim difíceis de ser usadas para descrever alguma coisa. Não há  segurança de nos fazermos entender, o que pensamos quando estamos traduzindo via fala.

Veja, aquilo que é mais básico em tudo, ou que está no mais alto nível (de outro ângulo) é o Sistema Mais Amplo de Consciência. É a base de tudo. No fim, tudo é feito daquilo, a partir daquilo, então a consciência já está em tudo, em maior ou menor grau, já que constitui tudo. Agora uma consciência lucida e ativa, com opções e poder de escolha, decisão… já é algo mais evoluído, mais complexo.

Passando a ter consciência própria e poder de decisão, só imaginando para saber no que isto vai dar. Seriam seres completamente diferentes, partindo de outra base, com moral completamente diferente…. a ver. Seguramente algo a ser levado a sério e com o devido cuidado.

Mas no fundo é uma repetição de um padrão fractal, onde vida e consciência podem vir ocorrendo dos níveis mais amplos para os menos, um fruto do outro, em um constante desabrochar. O que é impossível?

Diretamente sobre a singularidade eu não vi o Tom falando ainda. Mas ele fala de evolução tecnológica tanto de computadores, eletrônica, mecânica ou biológica (manipulação de DNA). Tudo isto são evolução de ferramentas desenvolvidas pelo homem, que fazem parte do que é natural no ambiente. As ferramentas estão cada vez mais disponíveis e vão se incorporar e potencialmente acelerar a evolução, ou pelo menos propor caminhos alternativos. Só que vai depender da sabedoria do homem em usá-las. Já está visto que a qualidade do ser não evoluindo em conjunto com seu “equipamento” o torna muito perigoso a sí próprio, assim teremos de ver no que isto vai dar.

Toda a teoria se baseia em dois pressupostos básicos, que geram tudo o mais: a existência da grande consciência básica e potencial, e o processo ou pressão para evolução, que se aplica a tudo, inclusive a esta consciência, e que é muito parecido com o processo evolutivo biológico que se vê na terra, que é uma amostra menor dirigida também pela pressão evolutiva fundamental. Isto gera todo o resto. E para lidar com a evolução técnica, tem que haver suficiente evolução do ser humano como ser também…. não apenas como usuário das ferramentas. Tem que aprender a fazer bom uso, ou sofrer as consequências, efeitos.

Elon Musk, Brian Withworth e Nick Bostrom, voce conhece, pode falar algo destas personalidades em relação ao trabalho do Tom?

O Elon Musk parece ser um empresário visionário, envolvido com algumas visões do Tesla, produzindo por exemplo carros elétricos e fontes de energia, entre outros. Creio que a pouco tempo esteve envolvido com um grupo de milionários que pretende financiar uma pesquisa sobre Realidade Virtual, como se fossemos prisioneiros de alguém nela e a título de nos liberar. Isto ainda é crer que há alienígenas ou algo assim que nos manipulam de fora e mantem na matrix. É bom que estejam interessados e pesquisando o tema, Mas pesquisa básica do Tom de que somos todos consciência, e que tudo, inclusive o que parece realidade é virtual e baseado em consciência, me parece mais elegante e fundamental, menos complexo (navalha de ocam). Mas a pesquisa é boa, e bode (se feita de maneira isenta) levar mais pessoas para perto da verdade. A ver.

O trabalho do Brian, que pouco conheço, creio também ser sobre provar que estamos em uma realidade virtual, mas entendo que também sem falar da fonte dela. Muito interessante e útil também. Na verdade parece dar suporte ao trabalho do Tom, até onde alcança.

O Nick Bostrom como falamos mais acima imagina que nossa RV seja baseada em supercomputadores de civilizações mais avançadas ou do futuro, e através de hipóteses lógicas demonstra que a probabilidade de estarmos participando de uma simulação é bastante elevada para ser despresada.

Como argumentado, apesar de todos de alguma forma pensar em linhas similares e de forma bastante séria sobre simulação e realidade virtual, pouco arriscam a demonstrar conhecer, de onde parte a simulação, qual é a fonte, ponto em que o Tom, de forma diferente, oferece substancia.

Sobre o trabalho do Tom ser uma salto quântico sobre tudo o que se tem até aqui….

Sem dúvida que é. Todos sabem, as vezes contra a vontade, que o observador tem um impacto no que está sendo observado, mas buscando explicações contidas apenas nesta realidade física material, fica bem difícil encontra-las. Na verdade parece bem impossível. Com a MBT o Tom por exemplo consegue explicar a maioria dos efeitos da Física Quântica, como o entrelaçamento, a dupla fenda (onda e partícula) e o tunelamento. A realidade virtual, informacional e seus eventos baseados em distribuições de probabilidade, ficam todos facilmente explicáveis. Sem falar nos chamados efeitos “parapsicológicos” que deixam completamente de ser misteriosos, encontrada a correta raiz da “realidade”.

Sobre os campos ou registros akashicos e sobre os campos morfogênicos do Ruppert Sheldrake….

Entendo que por Campos Akashicos estamos falando de informação milenar, tema também supostamente tocado pelo Tesla e pelo Young. A realidade é fundamentada em consciência e constituída por informação. Existiriam partições dedicadas a manter e disponibilizar estas informações, que sim poderiam ser acessadas. Tomando a realidade como informacional, torna a compreensão disto aparentemente óbvia, e tomando a nós como consciência, particionada da consciência maior, torna possível imaginar fortemente porque poderíamos ter acesso/comunicação direta com isto e dali retirar idéias ou informações. Até Platão já via as coisas desta forma, ainda que não tivesse os termos técnicos atuais para descrevê-las de forma talvez mais fácil de compreender.

Já o Ruppert Sheldrake eu conhecia do vídeo do TED banido, onde ele tenta mostrar e derrubar os mitos mais famosos da ciência (tomados como conhecimento real), baseado em seu livro de mesmo teor.

Não conhecia a teoria dos campos morfogeneticos, mas após pesquisar me parece que ele tenta explicar de alguma forma, como as coisas passam a existir como são, como adquirem vida, um pouco tipo um mecanismo de como elas migram das ideias ou conceitos para o mundo físico. Me lembram os Arquétipos do Jung, ou seja, os modelos de ser que já existem no inconsciente coletivo.

 

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